OUSE DISCIPLINAR
Dawn Marie Barhyte
“Disciplina” – esta palavra evoca imagens de punições na infância.
O simples pensamento de disciplinar as crianças pode fazer com que um líder ou professor de crianças sinta um frio no estômago toda vez que se aproxi-ma de sua sala de aula.
✿ Agi certo na semana passada?
✿ Fui muito severo? Fui muito brando?
✿ O que devo fazer quando as crianças se comportam mal?
Certa manhã, enquanto minha supervisora observava minha classe do ensino fun-damental, as crianças entenderam sua presença não anunciada como um convite para desrespeitar nossas normas de etiqueta e na classe. O Antônio repentinamente foi tomado por um desejo irrestrito de correr, a Jéssica começou a conversar com a Sandra e então o Antônio começou a empurrar o Pedro. Um caos instantâneo!
Sentindo-me pressionada e despreparada, mandei o Antônio para fora da sala. Virei-me para a Jéssica e pedi-lhe que dissesse para toda a classe o que tinha de tão importante para contar apenas para a Sandra enquanto eu estava apresentando a lição. Então, com a testa franzida, saí para falar com o Antônio e perguntei-lhe como se sentiria se eu o empurrasse.
Mais tarde, essa supervisora e amiga afirmou: “Seu currículo parece ser muito bom, mas se o seu desejo foi que as crianças recebessem sua mensagem, então suas técnicas de disci-plina necessitam de alguma melhora”.
Ensinar as crianças a se comportarem devidamente e transmitir lições de vida pode ser algo realmente desafiante. Porém, na verdade, disciplina significa ensinar, não punir. De fato, a dis-ciplina é a prática de fazer discípulos e isso se consegue por meio de nosso exemplo de amor e de bondade. Punir pode fazer com que o comportamento indesejado cesse, porém pode resul-tar em efeitos colaterais não pretendidos.
A pesquisa mostra que as crianças que são intimidadas têm notas mais baixas do que a-quelas que estão em um ambiente aberto e de respeito. Se permitirmos que as crianças expe-rimentem as conseqüências de suas escolhas e se lhes dermos a oportunidade de aprenderem e de agirem melhor, então lhes estaremos dando as ferramentas para lidarem com seus desafi-os futuros dentro e fora da sala de aula. Certamente, podemos ir além do controle na sala de aula e fazer a verdadeira diferença nas experiências iniciais da fé da criança.
Quando as crianças se comportam mal e testam os limites – e isso acontecerá em algum momento – nossa função é exercer devidamente a disciplina, dependendo da idade, do estágio e do temperamento da criança. Por exemplo, certamente você não pode mandar uma criança de 5 anos sair da classe sem alguém para supervisá-la, até que tenha se recomposto, mas po-derá, devidamente, fazer isso com uma criança de onze anos. Talhar suas expectativas com base na informação é vital ao abordar os dilemas da disciplina que todos enfrentaremos não importa o quão capazes sejamos.
Na boa disciplina, o tamanho único não serve para todos. Talvez o menino de 11 anos so-fra de Distúrbio de Atenção e tenha a tendência de se distrair e de perambular. A disciplina apli-cada com cuidado é desafiadora. O que todos queremos é fazer melhor nosso trabalho, não obstante, podemos deixar de reconhecer que muitos dos métodos que usamos na sala de aula são ineficazes e podem incentivar a falta de conformidade. Necessitamos ajudar aqueles que estão sob nossos cuidados a desenvolverem valores e o caráter ao promovermos a autodisci-plina.
Há formas eficientes para disciplinar sem comprometer o senso de fragilidade da criança e ao mesmo tempo ajudá-la a desenvolver o domínio próprio a fim de ouvir nossa mensagem e a-prender. Necessitamos ter expectativas realistas e colocar limites justos e consistentes. Se você não sabe o que esperar dos alunos, como eles irão saber?
Ajudar os alunos a controlarem o próprio comportamento de forma que os ajude a apren-der é um alvo que pode ser alcançado por todos os professores. Há várias formas pelas quais o professor pode promover a boa disciplina na sala de aula.
PARA EVITAR O CONFLITO
Estas são algumas sugestões para fazer com que haja harmonia em sua sala:
• Proveja uma relação de padrões e as conseqüências lógicas se não forem acatados. Diga às crianças o que podem ou não fazer. Ainda melhor, determine conjuntamente com todos na classe que comportamento é aceitável e qual não é, enfatize o assunto falando a respeito do bom comportamento dos discípulos de Je-sus.
• Certifique-se de que sejam simples. Faça uma breve explanação positiva; a-presente descrições claras do que o aluno deve fazer. “Desejo que você levante a mão antes de responder ...”, ou “Necessito que você fale baixo durante a aula”.
• Seja consistente e justo! A justiça é fun-damental para as crianças. Trate a todos de igual forma; ainda que seu melhor alu-no cometa uma infração, você deve fazer com que ele sofra as conseqüências.
• Tire proveito do poder dos comentários positivos e das recompensas. Sorria, elogie e incentive o comportamento positi-vo. Elogie o bom trabalho, as boas res-postas, o bom comportamento. Seja gene-rosa nas afirmações: “Muito obrigado por sua ajuda”. “Como posso ajudá-lo?” “Gos-tei de sua observação”. “Parabéns por es-tar prestando a atenção, hoje”. “Seu traba-lho está muito bom”. “Gostei da forma como você ajudou a Sara em sua tarefa”. “Parabéns!”
• Mantenha elevadas as expectativas! Embora saibamos que as crianças repre-sentam desafios à disciplina, devemos também ter em mente, o tempo todo, que as crianças sob os nossos cuidados são
inerentemente boas, bondosas e que es-tão crescendo na fé.
• Aplique as conseqüências. Ao mesmo tempo, evite as ameaças, o uso do sar-casmo e ridicularizar; isso é contraprodu-cente e prejudica o crescimento espiritual do aluno.
• Mantenha o ambiente de aprendizagem positivo, cordial e hospitaleiro. Mante-nha a sala de aula bem organizada, com o ambiente alegre e atraente e não desar-rumada, o que é um convite para o mau comportamento. Use cartazes com cores alegres, com frases positivas que incenti-vem o entusiasmo e a vontade de apren-der a respeito de Deus, de Jesus e da Bí-blia.
• Um pouco de imaginação rende bons resultados. Torne o aprendizado diverti-do, interessante e relevante para a vida dos alunos. A falta de planejamento e o currículo inadequado podem provocar o mau comportamento. Tente pensar como a criança pensa e trabalhe com isso em mente.
• Faça, não apenas fale! Seja um bom modelo! Trate os alunos com o mesmo respeito que deseja ser tratado. Dê o bom exemplo. Seja paciente, mantenha o con-trole, seja organizado e entusiástico. Ne-cessitamos ser o modelo daquilo que de-sejamos que os alunos façam e de que se tornem. Fale e haja somente na forma que deseja que as crianças imitem.
• Mantenha o senso de humor! Ria dos
seus e dos erros delas.
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RELAÇÃO CATIVANTE PARA AS
CRIANÇAS MAIS NOVAS
Levantamos a mão quando desejamos falar.
Trabalhamos em silêncio em nosso lugar.
Falamos com delicadeza e com bondade.
Mantemos nosso lugar limpo e em ordem.
Ajudamos uns aos outros, somos amigos e justos.
Fazemos revezamento e estamos dispostos a partilhar.
Fonte Desconhecida
RESUMINDO
Todas as crianças se comportam mal uma vez ou outra, testando os limites impostos em nossa sala de aula.
Dawn Marie Barhyte escreve de Warwick, Nova Iorque. Ela já trabalhou com crianças de todas as idades e escreveu extensivamente sobre o desenvolvimento da criança, da paternidade e das questões educacionais.
Extraído de
MINISTÉRIOS DA CRIANÇA
Divisão Sul-Americana da IASD
Janeiro - Março 2006