Mandy
Marshall
Falar
com um pai, uma mãe ou um responsável sobre a disciplina adequada pode ser
difícil. As atitudes para disciplinar as crianças podem variar em diferentes
culturas, e os pais geralmente agem por amor e interesse pela criança. Porém,
algumas formas de disciplina podem ser prejudiciais para o desenvolvimento da
criança.
Disciplina
positiva
A
disciplina faz parte do amor. Os limites positivos permitem que as crianças se
desenvolvam, cresçam e alcancem seu potencial completo com segurança. Isto
oferece uma base firme para o futuro da família e da comunidade. As crianças
são naturalmente curiosas e gostam de explorar. Precisamos ter paciência,
explicar as coisas, responder às suas perguntas e proporcionar-lhes espaços
seguros para a exploração física e mental. Precisamos tornar claro quais são os
limites e as conseqüências do comportamento inaceitável. Quando as crianças
ultrapassam estes limites, precisamos reagir de maneira calma e positiva. Se
simplesmente ficarmos zangados ou gritarmos, poderemos desencorajar a criança a
continuar explorando, o que impedirá o seu desenvolvimento completo. Tirar-lhe
um privilégio (como um brinquedo ou algum tempo com os amigos) por um período
de tempo é uma forma eficaz de comunicar-lhe as conseqüências do mau
comportamento. Lembre-se de que, às vezes, uma criança pode estar reagindo por
medo ou profunda tristeza. Ela pode realmente precisar de alguém que a ouça,
console e incentive ao invés de disciplina.
A
palavra disciplina está relacionada com a palavra discípulo. Somo chamados a
“discipular” nossos filhos e mostrar-lhes o caminho para que possam crescer e
fazer uma contribuição positiva ao mundo. Jesus tinha discípulos. Como ele os
ensinava? O relacionamento era fundamental. Ele passava tempo com eles e
mostrava formas positivas de viver. Jesus era o seu exemplo. Ele amava e
incentivava seus discípulos. Precisamos mostrar amor e afeição aos nossos
filhos e incentivá-los e elogiá-los quando se comportarem bem. Jesus também era
cheio de perdão. Precisamos perdoar as crianças quando elas cometerem erros e
evitar lembrá-las dos seus fracassos. Tanto o pai quanto a mãe precisam
desempenhar um papel ativo na criação da criança. A disciplina deve ser parte
desta relação de amor entre pais e filhos, mas não a única parte.
Valorizando
as crianças
Em
muitas sociedades, as crianças não são respeitadas ou ouvidas. A Bíblia mostra
que Jesus aceitava as crianças. Em Marcos 10:14, ele diz “Deixai vir a mim as
crianças, e não as impeçais”. Jesus valorizava as crianças, não apenas como
mais pessoas para trabalhar em casa, ou como uma forma de auxílio para os pais
no final da vida, mas como indivíduos por si mesmos, com o seu próprio valor e
relação com Deus. As Diretrizes para a Proteção Infantil da Tearfund dizem que
os adultos não devem bater ou dar palmadas nas crianças. A disciplina deve ser
adequada à idade, à compreensão e ao mau comportamento da criança. Ela não deve
ser feita com raiva. Às vezes, os pais estão reagindo ao seu próprio medo pela
segurança da criança
ou raiva de si mesmos por terem deixado que a situação ocorresse. Devemos ter
muito cuidado na nossa disciplina, para garantir que estejamos oferecendo o
exemplo certo para o futuro. As crianças aprendem copiando a maneira como os
adultos se comportam. Queremos que as crianças reajam com violência?
Algumas
formas alternativas de disciplina são:
• Castigo – tirar a criança da situação e
dar-lhe tempo para refletir sem qualquer distração. (Isto também dá uma
oportunidade para que os pais se acalmem, se estiverem zangados, e decidam a
atitude apropriada.)
• Não deixar a criança ver os amigos por um
dia.
• Dar-lhe uma tarefa ou um trabalho extra,
que elas normalmente não fazem.
• Tirar-lhe algum privilégio (como um
brinquedo favorito) por um determinado período de tempo.
Conclusão
Para
que a disciplina seja eficaz, é importante que ela seja consistente, apropriada
e que a criança compreenda os motivos dela. Sempre explique claramente à
criança:
• que comportamento foi inaceitável
• porque ele foi inaceitável
• que tipo de comportamento ela deverá ter
no futuro
• quais serão as conseqüências das suas
ações.
Mandy
Marshall é Oficial de Desenvolvimento de Programas para a Tearfund e possui
treinamento em questões de proteção infantil em várias partes do mundo.
Para
mais informações sobre questões de proteção infantil, entre em contato com a
Assessora em Desenvolvimento Infantil da Tearfund, Aneeta Kulasegaran.
Adaptado
de Celebrating Children, editado por G. Miles e J. Wright, publicado pela
Paternoster Press.
Extraído
de http://tilz.tearfund.org/Portugues/Passo+a+Passo+71-80/Passo+a+Passo+72/Disciplinando+as+crian%C3%A7as.htm
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