segunda-feira, 3 de outubro de 2011

CARACTERÍSTICAS DA APRENDIZAGEM


Gilberto Teixeira
Prof.Doutor FEA/USP

a - Aprendizagem de Habilidades Físicas não envolve só músculos
A prática do exercício acima bem demonstra isso, pois é óbvio que não foi só executada um seqüência de exercícios musculares. A percepção alterou-se à medida que a seqüência foi tornando mais fácil e uma atitude diferente foi aparecendo e se desenvolvendo.

b - O desejo de aprender supera o próprio processo
É surpreendente como o desejo de aprender aumenta a velocidade da aprendizagem e como o aluno é mais receptivo a aprender habilidades que venham a atender suas próprias necessidades.
O indivíduo que não quer se desenvolver numa dada habilidade perderá muito mais tempo que um aluno ansioso por reconhecer e corrigir seus erros.

c - O aluno necessita de um modelo
Uma criança aprende a fazer as primeiras coisas pela imitação de adultos.
Para haver aprendizagem o aluno necessita de um modelo a ser seguido de forma a ter um quadro completo de cada etapa da seqüência. Ele deve claramente ver o que é a habilidade e como deve ser executada.

d - indivíduo precisa executar para aprender
Não é suficiente dar ao aluno a demonstração da habilidade e mostrar-lhe o modelo a ser adotado. A prática é essencial para que o indivíduo aprenda a coordenar os músculos com a vista e o tato.

e - A aprendizagem é um processo ativo
Esta característica decorre das anteriores. O aluno não é como uma esponja que absorve água pela simples imersão nesta.
Não basta sua presença na sala de aula para ele aprender; ele deve participar de forma ativa, seja mental ou fisicamente.
A fim de que a aprendizagem tenha lugar, há necesidade de que haja uma participação do aluno na instrução. Não raras vezes, o Professor dá todos os ensinamentos, mostra a relação entre eles, resolve os problemas para os alunos, e admira-se quando os alunos não aprendem.
Aprender através da participação é o mais importante dos princípios. O grau de aprendizagem conseguido é função da quantidade (Participação) requerida para cada aluno. Esta atividade não implica, necessariamente, em atividade, física ainda que este tipo de atividade também possa ser necessário.
O que realmente se compreende como participação é o fato dos alunos serem chamados entre diversas alternativas, pesar fatos, avaliar resultados, comparar situações, exercitar a capacidade de julgamento, etc.

f - A aprendizagem deve ser útil
Cada aluno verá o assunto sob uma forma, mas o grau de sua aprendizagem será diretamente proporcional ao grau de utilidade de que ele veja no assunto ensinado.

g - A aprendizagem resulta de experiência
Aprender é um processo que depende muito mais do aluno isto é, da experiência sentida por ele próprio. Cada um reaje diferentemente a um conhecimento e portanto aprende diferentemente, dependendo de como aquela situação o afete.
Isso não significa que o professor não exerce papel ativo; sua função será sempre selecionar e proporcionar aquelas experiências mais significativas, mais variadas e mais apropriadas.
Uma situação de ensino, uma determinada aprendizagem desafia não só a memória, mas os sentimentos e os conhecimentos já existentes no aluno; ele será tanto mais efetiva na medida em que não apela simplesmente à memória.
Essa a razão porque para aprender uma atividade física, não basta memorizar suas etapas, mas prática-las.

h - É essencial o conhecimento dos resultados
Quando as habilidades são simples, o próprio aluno pode identificar seus erros. Sendo mais complexa, é essencial que sejam corrigidas e não permaneçam vícios de procedimento.

i - O progresso de aprendizagem segue uma seqüência determinada
A experiência de escrever com a mão contrária à usual, demonstra bem este princípio. No início, a tarefa era difícil e demorada e à medida que vai aumentando a aprendizagem da habilidade maior proficiência vai sendo obtida. Pesquisas demonstram que existe uma CURVA DA APRENDIZAGEM, cujo padrão é sempre o mesmo: ao início uma melhoria rápida e à medida que são realizadas novas tentativas há um ponto onde se estabiliza a aprendizagem tornando-se ineficaz maior número de tentativas.
Explica-se esse nivelamento por várias condições: por ter sido atingido o limite de capacidade de aprendizagem, por ter acabado o interesse ou motivação, pela ineficiência de métodos adotado, ou mesmo pelo alcance e consolidação da proficiência.
O nivelamento da curva não significa ter desaparecido a aprendizagem mas tão somente o atingimento de um nível de eficácia. É importante que o professor conheça esse fato e alerte o aluno, para que não se torne desencorajado ou frustrado.

j - A duração e organização da aula são importantes
São fatores de relevância a serem considerados quando planejado o trabalho escolar. A natureza da habilidade a ser transmitida, o grau de proficiência ou conhecimento já existentes, influem nesse planejamento. Assim, por exemplo, um aluno principiante, primário numa dada habilidade, atinge quando nas etapas iniciais, um ponto em que não adiante insistir em praticar. Isso será não só improdutivo como prejudicial.

Extraído de http://www.serprofessoruniversitario.pro.br/ler.php?modulo=12&texto=757

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